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A tal “crise” como justificativa para a incompetência e a incapacidade

03/08/2015 - 9h48 - Sinttel-ES - Redação do Sinttel-ES
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Tem muita gente buscando justificar a sua incompetência, a sua incapacidade de se estabelecer no mercado valendo-se da tal “crise” que dizem que “assola” o país. O comerciante não consegue vender? Fácil: basta culpar a tal “crise”.

Todas as outras hipóteses (atendimento ruim, serviço ou produto ruim ou inferior ao da concorrência, preço mais caro, relação custo-benefício desvantajosa, péssima localização do negócio, falta de publicidade etc), nada disso tem mais importância. Basta culpar a tal “crise” e todos se tornam competentes e capazes de se estabelecer no mercado, como num passe de mágica. Yeah, right.

Alguma dificuldade pode estar existindo, em alguns ramos. Em outros, não. O que é normal na economia. A crise faz parte normalmente do cenário do capitalismo. Mas o que eu falei foi de outra coisa. Tem gente se aproveitando da tal “crise” para justificar a própria incompetência, a própria incapacidade de se estabelecer no mercado. Empresas quebram, mesmo quando ninguém fala em “crise”.

Para analisar o efeito da sempre mencionada “crise”, nós teríamos que analisar o faturamento das empresas ao longo do tempo. Inclusive teríamos que analisar quais os métodos de administração que elas vêm empregando desde então, a evolução da concorrência no mercado, o que elas fizeram para manter fiel a clientela etc. Não é tão simples assim. Se houve uma queda nas vendas, alguma explicação pode existir para além da tal “crise”. Essa justificativa é muito limitante da realidade. Pode ter existido uma mudança no perfil do consumidor, no perfil do mercado e a empresa não acompanhou. Nem todo mundo está vivenciando uma verdadeira crise: vários segmentos do mercado vão de vento em popa, crescendo e ganhando muito dinheiro, essa é que é a verdade.

Muitos usam o setor da construção civil e a queda nas vendas no mercado imobiliário como uma forte evidência da crise. Há muito tempo que eu leio sobre os preços absurdos do mercado imobiliário, os que mais cresceram muito acima da inflação. Qual a justificativa? Nenhuma, apenas busca por lucro exorbitante. Aí, quando os preços atingem um nível que ninguém consegue pagar, a culpa na queda das vendas é da “crise”? Não, é dos preços absurdos e totalmente fora da realidade!!

Para cada notícia que aponta para uma piora nos indicadores econômicos, existem muitas outras que fazem o contraponto. A questão é saber analisar o que existe de verdadeiro nessas notícias. A crise, como bem disse o crítico de cinema Pablo Villaça, em recente post em sua página no Facebook que viralizou nas redes sociais (ver clicando aqui), não é tão grave como essas notícias falam. O Brasil não quebrou de uma hora para outra. Isso é pura invenção. Isso é no que a imprensa quer que as pessoas acreditem. Tem muita gente ganhando dinheiro sim. Muita. O país que vinha bem não pode simplesmente paralisar em pouco tempo. Isso não tem o menor fundamento. O país é grande economicamente, tem um mercado consumidor auto-sustentável etc. Muitas notícias que saem na grande imprensa falam de uma realidade como se o Brasil fosse um “deserto econômico”, sem saída ou não existisse mais nada, não produzisse mais nada. Esse é o clima de “terror” que a grande imprensa e a parte a ela alinhada querem fazer vingar na cabeça das pessoas. Isso é falso, esse clima pessimista todo. O Brasil está em “crise”, vamos todos nos afundar na miséria e blá blá blá. Balela.

O mais certo é: alguns setores passam por uma crise. A “crise” não é conjuntural e muito menos significa que este governo não irá encontrar respostas para ela. A questão é o que fazer para o problema não se agravar. Antes, os que hoje querem voltar ao poder estagnaram economicamente o Brasil, entregaram praticamente boa parte do patrimônio do país, fizeram privatizações predatórias e lesa-pátria, massacraram a classe trabalhadora etc. Isso sim era uma verdadeira crise.

Por Alessandre de Argolo*, no Jornal GGN

*Alessandre de Argolo é advogado.

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