BOZO: “mudar tudo isso que taí”
Não foi preciso esperar mais que um dia para que o presidente da extrema-direita deixasse claro para quem governará: para elite, para os interesses do mercado e para o governo dos EUA.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que ia “mudar tudo isso que taí”. Mas foi malandro o suficiente pra não especificar o que era isso aí. Olha os membros do governo “anticorrupção” que tomaram posse nestes primeiros 10 dias após a posse do novo presidente, com FONTE para todas as matérias:
O ministro do MEIO AMBIENTE é réu por improbidade administrativa por ocultar mudança nos mapas de zoneamento AMBIENTAL com multa de 50 milhões de reais. Fonte: https://bit.ly/2R7p0I5
A ministra da AGRICULTURA é investigada porque ofereceu benefícios fiscais favorecendo a JBS quando era secretária do AGRONEGÓCIO em Mato Grosso do Sul, o patrimônio dela cresceu quase 500% desde as eleições de 2014. Fonte: https://bit.ly/2DL8aso
O ministro da SEGURANÇA INSTITUCIONAL foi condenado pelo TCU por assinar contratos irregulares no valor de R$ 22 milhões de reais. Fonte: https://bit.ly/2TdLnJi
O ministro da CASA CIVIL admitiu ter recebido 100 mil reais de caixa 2 para a campanha de deputado em 2014. Fonte: https://bit.ly/2zmEsoV
A ministra dos DIREITOS HUMANOS é fundadora de uma ONG alvo de duas investigações do Ministério Público por discriminação contra os povos indígenas. Fonte: https://bit.ly/2En1mRa
O ministro da SAÚDE é investigado por fraude em licitação, caixa 2 e tráfico de influência quando era secretário da SAÚDE em Campo Grande. Fonte: https://abr.ai/2r1TBbs
O ministro da CIÊNCIA E TECNOLOGIA é investigado pelo Ministério Público Militar por envolvimento em atividades comerciais enquanto era militar da ativa. Fonte: https://bit.ly/2PIXtMI
O ministro do TURISMO tem empresa com dívida ativa de 59,9 mil reais no INSS e é réu em ação penal por vender lotes de terrenos que não lhe pertenciam. Fonte: https://bit.ly/2LDXNHU
Se quisesse, portanto, começar a combater a corrupção, o radical da extrema-direita devia começar pelo seu próprio time e tirar do cargo todos os nomes com ficha suja. Além de Onyx, caixa 2 confesso e que usou dinheiro público para fazer campanha para Bolsonaro, Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tereza Cristina (Agricultura), General Heleno (Segurança Institucional), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Paulo Guedes (Economia), Marcelo Álvaro Antonio (Turismo) têm algum tipo de problema na justiça.
Bolsonaro disse durante o discurso de posse que fez a “campanha mais barata da história”. A informação poderia ser verdade caso o escândalo das fake news não tivesse vindo à tona durante o processo eleitoral. Embora ainda os culpados estejam impunes mesmo diante de tantas evidências, uma série de denúncias indicam que o capitão teve ajuda financeira milionária de apoiadores por meio de caixa 2 utilizado para financiar a produção de notícias falsas.
“O uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas no Brasil é um fenômeno sem precedentes no mundo”, disse na época Laura Chinchilla, chefe da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que esteve no Brasil para observar das eleições.
Quando disse em seu discurso que o brasileiro voltará a ter o direito à legítima defesa, Bolsonaro cometeu dois grandes erros: o primeiro foi ignorar o desejo da própria população. De acordo com pesquisa do Datafolha publicada no dia 31 de dezembro, 61% dos brasileiros são contrários à liberação da posse de armas pois “representa ameaça à vida das pessoas”.
Em segundo, mesmo após prometer respeitar a Constituição em juramento, Bolsonaro não leva em conta que a proposta de alterar a lei do desarmamento por decreto para dar posse de arma a todos os cidadãos sem antecendentes criminais e tornar o registro definitivo é ilegal.
De acordo com técnicos jurídicos ouvidos pela reportagem da Folha de S. Paulo, a medida seria ilegal já que um decreto não pode alterar uma lei. E a do desarmamento é clara: em seu artigo 5º, ela diz que os requisitos para manter uma arma em casa devem ser comprovados periodicamente.
Logo após a cerimônia de posse, Bolsonaro agradeceu o presidente Donald Trump pelo apoio transmitido via redes sociais. Mais do que mera diplomacia, a troca de afagos escancara a relação de submissão do Brasil perante os EUA que se dará a partir de agora. No discurso de posse, por exemplo, o capitão voltou a dizer que umas de suas grandes prioridades será diminuir o tamanho do estado brasileiro.
Não é preciso ser cientista político para entender o que ele quis dizer: seu governo tentará colocar à venda todas as grandes empresas nacionais nos mesmos moldes da política entreguista do golpista Michel Temer. Em suma, Bolsonaro mente mais uma vez ao tentar se fazer acreditar com o lema “Brasil acima de tudo”. Na verdade, está claro que quem está acima é o governo ultraliberal de Trump.