Reparação e bem viver
Marchas, palestras, atividades culturais, rodas de conversa: o “julho das pretas”, mês que tem o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha nesta terça-feira (25), como data central, tem cerca de 450 atividades organizadas em 20 estados brasileiros neste ano de 2023.
“Mulheres negras em marcha por reparação e bem viver” é o tema norteador das atividades e será também o eixo da Segunda Marcha Nacional das Mulheres Negras, prevista para 2025. A primeira aconteceu em 2015 e reuniu cerca de 50 mil mulheres em Brasília.
Foi com o intuito de denunciar as opressões e debater soluções na lutar conta o racismo e o sexismo, que um grupo de mulheres negras de 32 países da América Latina e do Caribe se reuniram, em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana. A data foi reconhecida pela ONU naquele mesmo ano como Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que passou a ser celebrado em todo 25 de julho.
Aqui no Brasil, ainda nos dias de hoje, os índices de feminicídio e violência doméstica mais altos, são entre as mulheres negras. Estatísticas que ano após ano só aumentam. Segundo o Atlas da Violência, 66% de todas as mulheres assassinadas no país no último ano eram negras.
Além disso, 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza, de acordo com a última Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE.
Diante de tais estatísticas, cabe a nós, movimentos sociais e sindicais, pressionarmos os parlamentares para que medidas sejam desenvolvidas no combate da violência, racismo e pobreza das nossas companheiras mulheres pretas!
A data
O 25 de julho começou a ser comemorado em Santo Domingo, na República Dominicana, onde aconteceu o primeiro encontro de mulheres negras latino-americanas e caribenhas em 1992. A partir daí, a data foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, em 2014 a Lei 12.987 estabeleceu o 25 de julho também como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A homenageada foi líder do Quilombo Quariterê no século 18, comunidade localizada na fronteira entre o Mato Grosso e a Bolívia.
Referida como “rainha”, Tereza esteve no comando do quilombo, que reunia cerca de 100 pessoas e se organizava politicamente por meio de um conselho, ao longo de duas décadas.
Fonte CUT e Brasil de Fato