O Sinttel/ES apresentou à Telemont a pauta de reivindicações dos trabalhadores – a mesma que foi enviada ao Sindicato Nacional das Prestadoras de Serviços para as Operadoras de Telefonia (Sinstal). A reunião entre diretores do Sinttel e a Telemont discutiu também problemas como o plano de saúde, ponto eletrônico, multi skill, click, RH e etc.
Na manhã da quinta-feira, dia 13, os diretores Nilson Hoffmann, Rita Dalmásio, Wilson Leão e Vanderlei Rodrigues da Vitória receberam os gerentes da Telemont para tratar de uma série de reclamações dos trabalhadores. A empresa aproveitou o momento para apresentar o novo gerente no ES, Federico Valério, que substitui Quintino, que vai atuar em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Troca de gerentes
A saída de Quintino gerou vários boatos pela rádio peão, mas que não se confirman. Um deles dava conta de que a empresa estava prestes a fechar as portas aqui no Estado. Porém, o mais falado foi o resultado ruim obtido pela Telemont em solo capixaba, que não atingiu as metas estabelecidas e não rendeu o PPR de R$ 200, como estava previsto no Acordo Coletivo. Os empregados, com direito ao benefício, só receberam metade do que fora acertado no ano passado (entre 106 e 110 reais). Segundo a empresa, a substituição de Quintino tem motivos estritamente pessoais.
Plano de saúde
A Telemont trocou o plano de saúde que era oferecido de forma participativa aos empregados. Sai Amil e entra Unimed. A mudança, segundo o novo gerente, foi o valor alto que a Amil pediu para continuar atendendo aos trabalhadores. Resta agora fiscalizar e ver se o número de queixas dos trabalhadores diminui.
RH ou DP?
A diretora do Departamento Jurídico do Sinttel, Rita Dalmásio, destacou o tratamento dado pelo RH aos empregados, que reclamam da falta de orientações sobre os procedimentos e regras da empresa. Segundo Rita, a Telemont tem um RH que mais se parece com um DP (Departamento de Pessoal) que só sabe fazer admissão e demissão. “Não têm paciência com o empregado, num momento de mudanças estruturais no atendimento ao cliente da OI, com a adoção do Click, considerado a espinha dorsal do plano de transformação da área de operações da companhia, do empregado multifuncional (Multi Skill) uma espécie de faz-tudo: instala telefone, velox, TV, conserta defeitos, etc e do ponto eletrônico, com mudanças de rotinas a que os empregados precisam se adaptar”, criticou a diretora, dizendo que esses problemas chegam ao sindicato.
Salário do Multifuincional
O Sindicato também questionou o salário desse trabalhador multifuncional, que não poderá ser o mesmo, já que vai desempenhar outras funções. A Telemont garantiu que o salário será equiparado aos técnicos ADSL (instalação e manutenção de redes e Velox).
Click
O Click também foi alvo de críticas. Para a Oi, a nova ferramenta modifica a gestão das equipes em campo, melhorando a qualidade de serviços, agilizando atendimento aos clientes com aumento da produtividade e capacitação das equipes. No entanto, “os trabalhadores estão demais insatisfeitos”, disse o diretor do Sinttel-ES, Vanderlei Rodrigues.
Contrariando as palavras do presidente da Oi, Zeinal Bava, de que “o projeto Click facilita a vida do cliente, que passará a agendar com antecedência o melhor momento para receber um técnico da Oi em sua casa. Por outro lado, o projeto Click ajuda a valorizar o papel dos nossos técnicos, pois os capacita a atuar em mais de um tipo de serviço e a oferecer melhores soluções em menos tempo”, o que se vê na prática é uma redução no número de atendimentos e aumento das reclamações de clientes.
O problema, segundo o diretor Leão, está no fato de que o técnico sai da empresa após receber a ordem de serviço através de um aparelho (tipo telefone celular) e só recebe outra ordem de serviço quando termina de atender a ordem anterior. E quem ordena, não planeja corretamente o trajeto, visto que os técnicos estão se deslocando mais entre as regiões, enfrentando tráfego, gastando mais combustível, tempo, sem que a empresa compense isso.
Segundo Alex Rodrigues Ferreira, diretor do Sinttel e técnico da Telemont, o Click não está dando certo, pois o profissional não pode se programar durante o dia. Ele exemplifica: Se estou fazendo o conserto em Vila Velha e recebo a determinação de ir à Barra do Jucu, tenho que me deslocar, enquanto que poderia atender outro chamado no mesmo bairro, Vila Velha. “Antes era o técnico que customizava o tempo, os atendimentos, chegando ao final do dia produzindo mais e melhor. Hoje só conseguimos fazer 3 ou 4 atendimentos”, reclamou.
Negociação coletiva
A Telemont não participa da Convenção Coletiva Nacional em que as empresas prestadoras de serviço em telefonia fazem a negociação salarial dos trabalhadores em todos os estados, conjuntamente. O Sinttel implementa uma campanha para que a Telemont integre-se às outras empresas e convencione o mesmo documento, com regras e garantias iguais para todos.