Como sempre acontece, antes da negociação salarial, o Sinttel-ES convoca os empregados do setor de telefonia para discutir suas necessidades e daí montar a pauta de reivindicações que será apresentada às empresas. Não foi diferente com os/as teleatendentes da BrasilCenter, empresa responsável pelo call center das operadoras Claro e Embratel. Uma assembleia permante foi instalada nesta terça-feira (foto) para que os trabalhadores pudessem participar, já que eles trabalham em quatro turnos diários.
Apesar da tímida participação, se comparado aos mais de 2,5 mil trabalhadores/as da BrasilCenter, o que se nota é que a maioria reivindica melhores salários e aumento nos valores dos tíquetes-alimentação. Eles reclamam muito das cobranças, da pressão exercida pelas gerências, das pausas muito pequenas, que não permitem uma alimentação de qualidade e do plano de saúde.
Outro assunto, que certamente fará parte da pauta, trata da rotatividade de mão de obra. Esse não é um tema trazido pelos empregados da empresa, mas pelo próprio Sindicato, uma vez que o número de demissões em 2013, cujas homologações foram feitas e acompanhadas pelo Sinttel-ES, chegou a um total de 790 pessoas.
“Esse número é muito maior, já que aqueles empregados com menos de 1 ano de carteira assinada, quando são demitidos fazem as rescisões de contratos (homologações) diretamente dentro da empresa”, explica o presidente do Sindicato, Nilson Hoffmann.
Para ele, a BrasilCenter deveria promover mudanças na utilização de jovens sem experiência, já que a esmagadora maioria dos/as empregados/as são jovens entre 18 e 25 anos de idade e não suportam, física e psicologicamente, a pressão exercida no trabalho de teleatendimento, fator principal da grande rotatividade na empresa.