Total desrespeito
Os instaladores da Hallen cruzaram os braços e estacionaram os carros na manhã desta quarta-feira (21). Não aceitam mais os atrasos de pagamentos da Hallen Telecom, contratada da Vivo.
O diretor do SINTTEL-ES, Vanderlei Rodrigues da Vitória, esteve no local da paralisação acompanhando o manifestação dos trabalhadores e junto com o gerente Flávio, conseguiu um voto de confiança dos trabalhadores para os compromissos assumidos pelo gerente (veja vídeo) de depositar a parcela do 13º salário nesta quarta-feira (21) e o aluguel do carro agregado e a premiação amanhã, dia 22.
Os trabalhadores concordaram em dar uma “colher de chá” para que a empresa cumpra o que prometeu. Eles retornaram ao trabalho na parte da tarde e a empresa se comprometeu em não fazer qualquer tipo de retaliação devido à paralisação.
No dia 14/12, o advogado da Hallen, Dr. Victor Stanzani comunicou ao Sinttel que a empresa iria atrasar o pagamento da segunda parcela do 13º salário porque a Telefónica Vivo não faria adiamento da fatura, injetando dinheiro para que a Hallen cumprisse com os pagamentos.
O presidente do SINTTEL-ES, Nilson Hoffmann pediu a empresa que comunicasse aos trabalhadores, objetivando não criar falsas expectativas por um dinheiro que não chegaria na data certa.
Na segunda-feira, 19/12, Nilson pediu, novamente, ao gerente da Hallen, Marcelo Martins, que avisasse os empregados, o que só foi feito no dia 20 à noite, gerando descrédito e muita insatisfação nos trabalhadores e trabalhadoras.
Para o presidente do Sindicato, essa maneira de tratar o pessoal de rede é humilhante. A empresa despreza, desconsidera, desvaloriza os trabalhadores que não acreditam mais nas palavras da Hallen.
Às 8 horas, várias mensagens haviam chegado pelo WhatsApp do Sindicato, dando conta da justa paralisação, afinal todos esperam pelo 13º salário, um direito garantido na CLT, na semana do Natal.
Além do atraso no pagamento da metade do 13º, a empresa também comunicou pelo grupo de WhatsApp que atrasará o aluguel dos carros agregados e o pagamento da premiação, o que causou maior indignação.
“A gente recebia o aluguel dos carros no dia 10. Aí a empresa mudou para o dia 25, sem consultar ninguém. Vem pagando o auxílio-alimentação (tíquete) a conta-gotas. Carrega o cartão a cada 3, 4 ou 5 dias, tipo pingado. É um constrangimento isso, pois muitos de nós, técnicos, fazemos compra com o valor do tíquete. Imagina como estamos neste final de ano”, reclamou um dos técnicos.
Tíquete integral
Em contrapartida, os trabalhadores já avisaram que farão nova paralisação no início de janeiro caso a empresa não deposite integralmente o valor do auxílio-alimentação.
O 13º salário é uma obrigação legal, um direito criado há 60 anos e previsto pela CLT e no artigo 7º da Constituição. Quando as empresas atrasam ou não pagam infelizmente o empregado fica de mãos atadas. No entanto, pode fazer uma denúncia anônima na Secretaria de Inspeção do Trabalho (órgão do Ministério do Trabalho) e/ou ingressar com uma ação judicial na Justiça do Trabalho.
O que acontece com a empresa? O empregador que não efetuar o pagamento do 13º salário, dentro do prazo legal, pode ser multado, em cerca de R$ 280 por trabalhador prejudicado. O valor pode ser dobrado no caso de reincidência, pelo Ministério do Trabalho e Previdência.