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Temer agora quer elevar aposentadoria para 70 anos

01/07/2016 - 14h03 - Sinttel-ES - Redação do Sinttel-ES
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Em muitos estados brasileiros, a expectativa de vida para homens não chega a 70 anos. Em Alagoas Piauí e Maranhão, a esperança de vida projetada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, é de 66 anos para os homens. No Brasil, a média é de 75 anos. Mesmo assim, subir a idade da aposentadoria para 70 anos está entre as propostas do presidente interino Michel Temer (PMDB) para reformar a Previdência.

A proposta inicial seria colocar a idade mínima para 65 anos, com elevação gradual até que em 2047, haveria uma única idade de aposentadoria, de 70 anos.

Ou seja, em muitos lugares do país, o cidadão médio vai trabalhar até morrer sem nunca se beneficiar de uma vida inteira de contribuição à Previdência Social.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, a proposta de Temer também reduziria a diferença do tempo de contribuição entre homens e mulheres, que hoje é de 35 e 30 anos respectivamente.

Com isso, Temer desconsidera sobretudo os direitos de quem começou a trabalhar mais cedo, e portanto, tem mais anos de contribuição, e ignora que a jornada feminina é muito mais extensa do que a masculina, já que envolve jornadas duplas e triplas.

“Para iniciar a conversa, temos que lembrar que Michel Temer se aposentou aos 55 anos”, afirma Ivania Pereira, Secretaria da Mulher Trabalhadora da Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB).

Para ela, antes de pensar em igualar a aposentadoria de homens e mulheres, deveria ser garantido a igualdade de direitos, o que ainda não ocorre. Pelo contrário, o governo golpista, composto só de homens velhos e brancos, extinguiu a Secretaria de Políticas para as Mulheres.

“Esse governo deveria estar preocupado em garantir a igualdade de direitos e aí no futuro poderíamos evoluir para igualar a aposentadoria”, afirma ela.

A jornada da mulher envolve diversas desigualdades, que vão desde as jornadas duplas e triplas, já que a mulher, além de historicamente ser responsável pelos trabalhos domésticos, ainda precisa de muito mais qualificação para os mesmos cargos exercidos pelos homens. “As mulheres não têm tempo de lazer, de sonhar, de escrever poesia”, afirma. “São homens brancos e machistas que querem igualar desiguais”.

Temer, no entanto, não quer mexer nos benefícios dos militares, que representam quase um terço dos aposentados e pensionistas do serviço público.

Desde que assumiu, o interino negocia com algumas centrais sindicais as mudanças na aposentadoria. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) se negaram.

O interino golpista extinguiu o Ministério da Previdência Social e transferiu as funções da pasta para o Ministério da Fazenda.

Fonte: Agência PT de Notícias – 29 de junho de 2016 – 17h46  / PORTAL VERMELHO

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