DENÚNCIA
As lojas das operadoras Vivo e Claro continuam funcionando nos shoppings da Grande Vitoria, mesmo com os centros de compras fechados pelo decreto do Governo que estabeleceu uma quarentena de 15 dias, para reduzir o número de mortes – foram 72 só no dia 23 de março – e o colapso no atendimento dos hospitais. A Telemont Engenharia está colocando seus técnicos em risco, entulhando quatro trabalhadores na boleia de um dos seus caminhões, em plena quarentena.
Estas empresas demonstram aquilo que o presidente Jair Bolsonaro sempre fez com relação à pandemia durante um ano: desrespeitar os protocolos sanitários, aglomerar, não usar máscaras e negar a Pandemia, a gravidade da situação que matou no Brasil 301 mil pessoas até o dia 24/03.
As duas Operadoras estão mantendo os funcionários das lojas trabalhando internamente, sem ar condicionado. Uma tortura, pois o ar refrigerado central do Shoppings foi desligado, obedecendo às medidas restritivas contidas no Decreto do Governo do Estado de preservação da vida.
As primeiras denúncias vieram de trabalhadores/as da loja própria da Vivo no Shopping Praia da Costa, em Vila Velha. Cerca de 30 empregados/as passaram a fazer telemarketing, mailling para os clientes, no interior da loja, sem a menor condição de trabalho. Depoimento de um trabalhador demonstra que a situação está muito difícil.
Diretores do SINTTEL estiveram no local e fizeram denúncias à Prefeitura de Vila Velha e a Policia Militar, para que fiscalizassem o local. Mas no final da tarde, antes dos fiscais aparecerem, o Shopping religou o ar condicionado e nada foi constatado de irregular.
Na sexta-feira, tanto o Sinttel, quanto a Federação Livre entraram em contato com Márcio Afonso, gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da Telefonica/Vivo, mas nada mudou. Continua o calor, o desvio de função, o risco de se contaminar no transporte público e dentro da loja com 30 pessoas amontoadas, pois as empresas insistem que o serviço é considerado essencial. Fica uma pergunta: Essencial e num shopping fechado?
Boulevard Shopping Vila Velha
A mesma situação está acontecendo com a loja terceirizada de revenda de aparelhos da Vivo no Boulevard Shopping, em Vila Velha. A empresa VMT TELECOMUNICAÇÕES LTDA colocou todos os vendedores para fazer telemarketing, o que causou grande insatisfação. A revendedora ainda está desrespeitando o horário de funcionamento interno do shopping, que aos sábados, pela determinação na quarentena, vai até às 16 horas e não às 18 horas.
Trabalhadores/as reclamam que estão trabalhando em saunas, com o ar refrigerado desligado. Além disso, estão entregando os aparelhos aos clientes que vão até a loja.
O fato se repete nas lojas Claro no Shopping Mestre Álvaro, na Serra. O diretor do SINTTEL-ES, Alessandro Mamedi, esteve no local e o que ele viu foram trabalhadores enxugando o suor do rosto com lenços diante do calor excessivo no interior da loja.
Sauna seca no Mestre Álvaro
Segundo Mamedi, “a temperatura ambiente na loja é insuportável e a Claro disponibilizou ventiladores para a loja, mas só circula ar quente. A temperatura ambiente do lado externo da loja é mais amena que o interior que chega a estar mais quente que a temperatura externa do Shopping. Ele ressalta que que após às 13 horas fica ainda mais insuportável e impossível trabalhar na loja. Trabalhadores/as estão almoçando no saguão, pois na sobreloja está mais quente”.
Além da loja Claro, quatro outras lojas estão funcionando no Shopping sem ar condicionado. A direção do estabelecimento alega que o ar é central e sugeriu que as cinco lojas paguem os custos de ligação de todo ar condicionado do prédio, ou comprar, ou instalar ar condicionado portáteis. “Isso demonstra como o ambiente é insalubre para os trabalhadores/as e clientes, mesmo que agendados”, explicou o diretor.
O diretor ligou para a prefeitura da Serra no telefone 27 32912346 e fez a denúncia, mas não viu interesse do órgão em fiscalizar o Shopping.
Pelo Whats App do Sinttel-ES, recebemos fotos de trabalhadores aglomerados dentro de “casinha” (boleia) um caminhão da Telemont Engenharia de Telecomunicações, empresa contrata da Oi para serviços de rede.
A imagem mostra que a Telemont fez uma opção pelo Coronavírus e não se importa com a vida de seus trabalhadores, desobedecendo todos os protocolos sanitários da pandemia. É a exploração capitalista pelo lucro em detrimento da vida humana.
O secretário Estadual de Saúde do ES, Nésio Fernandes, disse que a população capixaba não está fazendo o isolamento necessário para conter as mortes e internações causadas pela Covid-19.
Perguntamos: Como secretário, se as empresas obrigam os empregados a cumprir jornada dentro de ambientes insalubres?
O Instituto Jones dos Santos Neves, que mede a taxa de isolamento social, revelou que o ES registrava na terça-feira (16), 30% de isolamento. Era o pior índice em todo o país. Com a quarentena preventiva decretada, em uma semana a taxa aumentou para 37,3%, mas ainda está longe de atingir os 50% esperados.
O SINTTEL-ES ORIENTA OS/AS TRABALHASDORES/AS A CONSULTAR O CORPO DE BOMBEIROS SOBRE A ESSENCIALIDADE DO FUNCIONAMENTO DAS LOJAS. Ligue 27 3194-3730
Faça denúncia anônima no Ministério Publico do Trabalho e ajude o SINTTEL-ES a combater o que acontece nas empresas.