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8 de Março no ES

Mulheres capixabas pedem impeachment de Bolsonaro em manifesto

04/03/2021 - 20h31 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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Setenta e cinco entidades, mandatos, coletivos, entre outras organizações capixabas, divulgaram o manifesto “Pela Vida das Mulheres: Fora Bolsonaro e Mourão!”,  em referência ao Dia Internacional da Mulher, na próxima segunda-feira (8). Além do documento, foi preparada uma programação com atividades virtuais e presenciais, que acontecerão a partir deste sábado (6) e prosseguem até 27 de março, realizadas por grupos de São Mateus e Aracruz, no norte do Estado; Cachoeiro de Itapemirim e Alegre, no sul; e Vitória, Serra e Guarapari, na Grande Vitória.

 

Foto Foto: Leonardo Sá

O manifesto reivindica, além do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do vice, Hamilton Mourão (PRTB), a manutenção do Auxílio Emergencial; respeito aos direitos sexuais e reprodutivos; legalização do aborto; valorização do Sistema Único de Saúde (SUS); vacina para todos; revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos em políticas públicas de saúde e educação durante 20 anos; crédito emergencial para a agricultura familiar; e fim do machismo, racismo, LGBTfobia e todas as formas de violência.

As entidades também afirmam que o governo Bolsonaro “tem um projeto genocida, que se nega a adotar quaisquer medidas emergenciais para amenizar os impactos da pandemia nos direitos e na vida das mulheres”. A gestão de Renato Casagrande (PSB) também é alvo de críticas, sendo apontada como responsável por “momentos de repiques no aumento de casos e mortes devido à falta de medidas mais duras de enfrentamento à Covid-19”. Além disso, aponta o manifesto, não houve por parte do poder público estadual abertura para propostas apresentadas pelos movimentos sociais durante pandemia.

O documento traz, ainda, dados sobre a jornada de trabalho das mulheres, seja ele remunerado ou não, como no caso do trabalho doméstico. E mostra números de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que as mulheres gastam em torno de 73% de horas a mais que os homens com o cuidado de pessoas e com os afazeres domésticos. Além disso, 63% das casas chefiadas por mulheres negras têm rendimento que as coloca abaixo da linha de pobreza. Dados locais também são apresentados, como do Instituto Jones do Santos Neves (IJSN), apontando que em 2018 o percentual da população pobre no Espírito Santo foi 20,8%, o que corresponde a aproximadamente 827 mil pessoas vivendo com menos que R$ 415,40 por mês.
Essa realidade, afirma o manifesto, mostra um aumento da pobreza no Espírito Santo de 0,3 ponto percentual entre 2012 a 2018. “Nesse mesmo período, a extrema pobreza aumentou 1,4% pontos percentuais”, destaca. Ainda com base no Instituto Jones, as entidades ressaltam o racismo estrutural no Espírito Santo. Entre 2012 e 2018, a proporção de pobres entre pessoas negras aumentou 0,8 pontos percentuais no Estado e menos 1,7 ponto percentual entre brancos. Entre 2016 e 2018, a queda foi maior para homens, com 2,2 pontos; do que para as mulheres, com 1,1 ponto.
Barragem de Fundão
 
O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015, também foi lembrado pela organização do Oito de Março Espírito Santo. A situação das mulheres atingidas pelo crime da Samarco/Vale-BHP é evidenciada por meio de dados da consultoria Ramboll, expert do Ministério Público Federal (MPF), que mostram que as mulheres representam 49% das pessoas cadastradas como atingidas, mas apenas 30% acessam algum auxílio financeiro reparatório, sendo apenas 15% delas diretamente. “Isso porque as empresas adotaram a construção familiar como núcleo por chefe de família, que não reconhece a mulher como tal, causando problemas na autonomia financeira e o não reconhecimento”, criticam as entidades.
Violência Contra a Mulher
No Espírito Santo, comparando os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) nos anos de 2019 e 2020, a violência contra as mulheres teve um aumento tanto no que tange às mortes violentas como em relação aos registros de Ocorrências da Lei Maria da Penha, denuncia o documento. Em 2019, foram registradas 91 mortes violentas de mulheres no Estado. Já em 2020, até 31 de dezembro, 102 mortes. Trata-se de um aumento real de 12% de assassinatos de mulheres.

 

Foto: Agência Brasil

Dessas 102 mulheres mortas violentamente, 34,31% eram pardas, 9,8% brancas, 6,96% pretas e 49% não informaram. Dentre os meios utilizados para assassiná-las, verificaram-se 56 crimes por arma de fogo, 31 por arma branca, oito não informados e sete por outros meios. “O governo do Espírito Santo não efetivou nenhuma política real de enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres nesses tempos, o que tem causado um impacto maior na situação de vulnerabilidade e no aumento dos índices de violências dessa população no Estado, diz o manifesto.

Aborto legal

 
O caso da menina de 10 anos, de São Mateus, no norte do Estado, que em 2020 teve que ir para Pernambuco interromper uma gravidez fruto de um estupro por não ter tido acesso ao abortamento legal no Espírito Santo, também foi recordado pelas mulheres capixabas, com dados que apontam que não se tratou de um caso isolado. No ano passado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), 237 meninas de 10 a 14 anos, todas vítimas de estupro, tiveram filhos. Dessas, 91 passaram por uma cesariana.

 

Foto: Divulgação

Programação durante todo o mês de março

A programação do Dia Internacional da Mulher contemplará atividades presenciais e remotas, com atos públicos, carreatas, intervenções visuais, oficinas, saraus, ações de solidariedade, rodas de leitura e cursos. Detalhes sobre como acessar as plataformas virtuais nas quais serão feitas as transmissões podem ser obtidos pelo Instagram @8m_espiritosanto e pelo Facebook @8demarcounificadases.

Confira a programação:

Data: 6/3
Horário: 8h30
Atividade: carreata.
Local: São Mateus – concentração: Ponto Maria Amélia (Posto da Águia Branca).Data: 6/3
Atividade: intervenção visual com outdoor e faixas em pontos estratégicos da cidade.
Local: Cachoeiro.Data: 6/3
Horário: 8h30.
Atividade: Ato Público Pela Vida das Mulheres: Fora Bolsonaro e Mourão.
Local: Cachoeiro (Praça Jerônimo Monteiro).

Data: 6/3
Horário: 9h
Atividade: Oficina de Batuques e Ensaio do Cancioneiro.
Local: Ufes, campus de Goiabeiras, próximo à cantina do Honofre.

Data: 6/3
Horário: 15h às 17h
Atividade: Sarau Cultural (Virtual).
Local: Insta do Círculo Palmarino.
Homenageada: Penha Rocha.

Data: 6/3
Horário: 14h
Atividade: Ação de solidariedade.
Local: Centro de vivências de Feu Rosa, na Serra.

Data: 7/3
Horário: 8h30
Atividade: Roda de conversa e auto cuidado,
Local: Jesus de Nazaré, em Vitória,

Data: 8/3
Horário: 19 horas

Atividade: Live – A conversa vai rolar sobre Como a pandemia piorou a vida da mulher trabalhadora em Telecom. As sindicalistas presidentas do Sinttel Amazonas, Lacy da Matta, e do Sinttel Rio Grande do Norte, Iara Martins, vão triangular o debate com a professora Maria Cristina Paulo Rodrigues, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense/Niterói-RJ, doutora em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ, uma das autoraS do livro Vozes do passado e do presente: o trabalho das mulheres nas telecomunicações do Rio de Janeiro.

Local: Federação Livre no Facebook  e no Youtube 
Horário: 15h
Atividade: Ato Público.
Local: concentração em frente à Casa Porto, no Centro de Vitória.
Data: 8/3
Horário: 6h
Atividade: Ato Público em Vigília às Cruzes.
Local: em frente à Segunda Ponte, em Cariacica.Data: 8/3
Horário: 19h
Atividade: Cariacica Projetaço.
Local: Câmara de Vereadores de Cariacica.Data: 8/3
Horário: 9h
Atividade: intervenção político cultural.
Local: Praça das Águas, em Laranjeiras, na Serra.

Data: 8/3
Horário: 17h
Atividade: Ato Público.
Local: Praça Seis de Janeiro, em Alegre.

Data: 8/3
Horário: 18h30
Atividade: Ato Público.
Local : Praça de Muquiçaba, em Guarapari.

Data: 8/3
Horário: 19h
Atividade: Roda de leitura e debate sobre a luta das mulheres (Virtual).
Local: Plataforma Google meet.

Data: 9/3
Horário: 17h – Alegre:
Atividade: Encontro Presencial do Projeto Insubmissas.
Tema: Os Direitos das Mulheres.
Local: Assentamento Floresta, em Alegre.

Data: 10/3
Horário: 13h
Atividade: protocolo do Manifesto das Mulheres de Cariacica.
Local: Prefeitura de Cariacica, Delegacia da Mulher, Defensoria Pública do Estado (DPES), Ministério Público (MPES), Câmara de Cariacica e Conselho Municipal da Mulher.Data: 10/3
Horário: 16h
Atividade: Encontro com Amanda Bonadiman.
Tema: Ciclo Menstrual: Um aliado na luta contra o patriarcado.
Local: Jardim da Prefeitura, em Alegre.Data: 11/3
Horário: 16h
Atividade: Encontro Presencial do Projeto Insubmissas.
Tema: Os Direitos das Mulheres.
Local: Querosene, em Alegre.

Data: 11/3
Horário: 20h
Atividade: Encontro do Projeto Insubmissas (Virtual).
Tema: Maternidade Real.
Convidadas: Amanda Bonadiman e Raquel Sacramento.
Local: Alegre. Plataforma: Instagram

Data: 12/3
Horário: 18h30
Atividade: Cine Por Elas.
Local: Rua Vitor Finamori, nº 46, Bairro da Penha, Vitória.

Data: 12/3
Horário: 19h
Atividade: Encontro Presencial do Projeto Insubmissas.
Tema: Os Direitos das Mulheres.
Local: Vila Alta, em Alegre.

Data: 13/3
Horário: 9h
Ativdade: Ato por justiça por Marielle e pelo fim da violência política contra as mulheres.
Local: Praça São João Batista, em Aracruz.

Data: 13/3
Horário: 16h
Atividade: Encontro Presencial do Projeto Insubmissas.
Tema: Os Direitos das Mulheres.
Local: Lagoa Seca, em Alegre.

Data: 13/3
Horário: 14h
Atividade: Roda viva: Mulheres empreendedoras x Enfrentamento a violência contra a mulher.
Local: Escola Estadual Manoel Lopes em Taquara, na Serra.

Data: 14/3
Horário: 15h
Atividade: Ato “Pelo fim dos feminicídios políticos: Justiça por Marielle”.
Local: Praça Seis de Janeiro, em Alegre.

Data: 15/3
Horário: 19h
Atividade: Cine Por Elas.
Local: bairro Padre Gabriel, em Cariacica.

Data: 27/3
Horário: das 8h às 18h
Atividade: Curso de Formação Política (virtual).
Tema: Feminismo – Vertentes e Prática Política.
Formadora: Lívia Moraes.
Organização: Projeto Escola de Estudos Críticos.
Inscrições: falar com Lara Gobira (27 – 99235-0088)

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