Depois de mais de dois meses, após a última reunião de negociação com a Telemont/Oi, a Justiça do Trabalho finalmente decidiu, em uma liminar, o pedido do Sinttel/ES, para que a empresa pague os salários e benefícios aos/às trabalhadores/as de acordo com o que está estabelecido na Convenção Coletiva das Prestadoras de Serviço.
A negociação do Acordo Coletivo deste ano entre a Telemont/Oi e o Sinttel-ES não evoluiu. A empresa não aceitava pagar os pisos salariais garantidos pela Convenção das Prestadoras de Serviço, mas também não oferecia nenhuma vantagem, o que fez a categoria rejeitar sua proposta de reajuste nos salários e benefícios, muito abaixo dos pisos pagos por prestadoras do setor de telecomunicações.
A Telemont/Oi nunca quis fazer parte da Convenção, porque alegava impossibilidade de arcar com os pisos salariais nela estabelecidos, não a reconhecia-a como instrumento legal, assim como o Sinstal, representante das empresas para negociar em nome dela. A empresa insistia nos acordos individuais por estado, uma incoerência, pois presta serviços para a Operadora Oi em quase todo o país.
A decisão judicial não é definitiva, já que é uma liminar e cabe recurso, mas é o início de uma batalha judicial contra a precarização dos salários e das condições de trabalho de centenas de trabalhadores/as. O Sinttel-ES não abre mão de fazer valer a Convenção Coletiva , que é abrangente e pratica pisos salariais dignos para a categoria.
Assim como o Sinttel, o juízo da 8ª Vara do Trabalho de Vitória também pensa da mesma forma e decidiu:
Essa é a primeira vitória de uma longa batalha que pode chegar ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) em Brasília. Porém, é uma importante vitória porque indica que o Sinttel-Es está no caminho certo para defender os direitos dos/as trabalhadores/as. Sabemos que não dá para comemorar, pois essa decisão da Justiça pode ser derrubada, se a Telemont/Oi recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT/ES) e ganhar o recurso. É público que a Telemont doou muito dinheiro (R$ 11,9 milhões) na última campanha eleitoral e pode agora cobrar “esse favor” de deputados e senadores que ela ajudou a eleger para fazer pressão contra a decisão judicial.
A luta continua companheiros/as!