As negociações do Acordo Coletivo entre o SINTTEL-ES e a Telemont/Oi não chegaram a um consenso, depois que a categoria rejeitou sua proposta nas assembleias realizadas entre 13 e 16/07. Aconteceram duas reuniões depois dessa decisão, mas a empresa não apresentou uma nova proposta que pudesse ser avaliada pelos empregados.
Em todas as reuniões, a diretoria do Sinttel-ES tentou exaustivamente argumentar com os representantes da empresa no sentido de pôr fim ao impasse e garantir que uma proposta fosse gestada para atender de forma concreta as reivindicações dos/as trabalhadores/as. Eles querem pisos salariais e benefícios próximos dos valores estabelecidos na Convenção Coletiva das Prestadoras de Serviços em Telecomunicações.
“A Telemont/Oi não ofereceu nada parecido com o que estabelece a Convenção Coletiva das Prestadoras de Serviço e nem sinalizou com a hipótese de melhorar os pisos, pois eles não reconhecem a CCT ”, disse o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann.
O SINTTEL-ES avisou a empresa, na última reunião realizada dia 12 de agosto, que não fará assembleia com os/a empregados/as para votarem a mesma proposta.
A partir dessa decisão do Sindicato, a chefia da empresa passou a pressionar os empregados a exigirem do SINTTEL-ES a realização de nova assembleia.
Na semana passada, uma trabalhadora da Telemont/Oi foi à sede do sindicato, no Centro de Vitória, e entregou à direção da entidade um abaixo-assinado, contendo 534 assinaturas, pedindo a realização de assembleia . A Telemont aposta que os trabalhadores voltariam atrás na decisão.
Para o sindicato, o abaixo-assinado não tem validade jurídica. O SINTTEL-ES foi informado antes, durante e depois de que estava ocorrendo, nos “pontos de encontro” a coleta de assinaturas, organizadas pela empresa. As denúncias recebidas por telefone informavam que os supervisores estavam reunindo os empregados e os pressionava a colocar o nome no abaixo-assinado.
“Chega a ser cômica essa atitude retrógrada da Telemont/Oi, porque os dois diretores do SINTTEL-ES, Marcelo da Silva Gomes e Alex Ferreira, foram excluídos dessas reuniões. Tipo assim: os trabalhadores vão para a reunião e vocês (Alex e Marcelo) continuem ai trabalhando” contou o diretor Wilson Leão. Além disso, os trabalhadores ligavam para o Sindicato e diziam que estavam ligando a mando do supervisor para exigir a realização de assembleia. Muitos nem sabiam porque estavam ligando.
“Essa é uma prática antiga (coerção). Se formos à assembleia, a empresa força os trabalhadores a aceitarem o que já foi recusado. E não existe assembleia para prejudicar trabalhador”, disparou Hoffmann.
“As assembleias são espaços de decisão dos trabalhadores onde, juntos, decidem sobre aumento salarial, ampliação dos direitos e a organização da nossa luta. Portanto, não adianta passar lista, abaixo-assinado ou pressionar os trabalhadores. Além da denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT), contra essa prática que ataca a organização dos trabalhadores, vamos ampliar a mobilização”, disse a diretora do departamento Jurídico do Sinttel-ES, Rita Dalmasio.