Mobilização
Na manhã de terça-feira (12/08), a Federação LiVRE reuniu, de forma virtual, as Comissões de Negociações compostas por dirigentes sindicais dos Sinttels AM, ES, PE, RJ e RO. O objetivo principal foi traçar os pontos prioritários da negociação dos Acordos Coletivos de Trabalho para garantir melhorias econômicas, de segurança e de condições de trabalho a todos/as trabalhadores/as das empresas, principalmente, os mais precarizados como os técnicos das empresas terceirizadas nas operadoras TIM, Claro, Vivo, Oi, Vital, NIO, Algar e outras.
Para o presidente da Federação LiVRE, Luis Antônio Souza da Silva, é preciso atender às expectativas dos empregados dessas empresas multinacionais, que lucram bilhões no Brasil, mas ainda distribuem pouco esses lucros entre os trabalhadores e também as nacionais, como Algar, Vital e NIO que apresentam resultados expressivos. E para isso, é preciso aumentar os salários acima do índice da inflação, melhorar os prêmios dos PPRs, resistir aos abonos salariais que ano a ano vem achatando os salários e responsabilizar não só as empresas terceirizadas a melhorar os precários salários e condições de trabalho, mas também as operadoras que contratam essas empresas.
As pautas de reivindicações já foram encaminhadas às representações das empresas e espera-se, agora, a agenda das reuniões. Na Vital já tem data para o início das conversas. Será dia 28 de agosto. Na Tim, será no dia 20. Este ano, a Federação LiVRE negocia somente as cláusulas econômicas com a TIM, Vivo, Vital, Algar, Nio e Oi, cujos acordos tem vigência até 2026. Na Claro, todo o acordo será rediscutido.
A Federação também fará uma reunião presencial em setembro com todas as comissões para avaliar o que as empresas inicialmente apresentam às reivindicações, para intensificar a mobilização dos trabalhadores nos estados.
TIM
A Comissão de Negociação na Tim tem como coordenador o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, e ele destaca a necessidade de corrigir perdas inflacionárias por faixa salarial, a busca por uma meta de Participação nos Resultados (PPR) equivalente a 3,0 salários, a preocupação com os impactos da inteligência artificial nas telecomunicações e a defesa da saúde dos trabalhadores, combatendo metas abusivas e o superdimensionamento da carga de trabalho que leva a casos de doenças mentais. Ainda fazem parte da comissão, os sindicalistas Félix (Sinttel-PE), Serginho (Sinttel-Rio) e Evaniel (Sinttel-RO).
CLARO
Como neste ano todo o acordo será renegociado, várias são as reivindicações: a ampliação do prazo de atestado médico para acompanhamento de filhos menores, combate a metas inalcançáveis, revisão do modelo de coparticipação no plano de saúde, inclusão de benefícios iguais para todo o grupo econômico, fornecimento de aparelhos e planos corporativos para quem utiliza celular pessoal no trabalho, e melhorias no auxílio a pessoas com deficiência (PCD). A Comissão de Negociação alertou sobre empresas do grupo que não aplicam o acordo coletivo a todos os empregados e a necessidade de proteger trabalhadores terceirizados, evitando a precarização do serviço, garantindo condições dignas de trabalho. O Coordenador da Comissão é o dirigente Dimas Santos (Rio) e junto com ele estão Amaral (Sinttel-AM), Sandra (Sinttel-RO), Virginia e Luis Antônio (Sinttel-Rio) e Gilberto Oliveira (Sinttel-PE).
VIVO
A principal preocupação da Comissão de Negociação na Vivo é a desigualdade nos benefícios entre administrativos, trabalhadores de loja, de campo e de call centers. Os dirigentes reivindicam unificação de benefícios, manutenção e ampliação do home office, reajuste no valor pago por quilômetro rodado e revisão das diferenças regionais em auxílios como creche e cesta básica. Estarão na mesa de negociações para discutir com a gigante espanhola, Reginaldo Biluca (Sinttel-ES), Anchieta (Sinttel-PE), Yêda Paura e Luis Antônio (Sinttel-Rio).
Oi e V.TAL
Em relação à Oi, o cenário é de dificuldades, e a meta da Comissão, cujo Coordenador é Marcelo Beltrão (Sinttel-PE) é preservar o atual acordo coletivo e buscar, no mínimo, a reposição inflacionária, evitando retrocessos.
Já para V.tal e outras empresas, como a NIO e Algar, a expectativa é positiva, com possibilidade de avanço rápido nas negociações, incluindo reajustes compatíveis com o INPC e adiantamento de um salário de PPR ainda este ano.
Abonos salariais em troca da valorização dos salários
Outro tema que repercutiu em todas as discussões foi o pagamento de abonos em troca de reajuste na data base. As comissões reforçaram que, este ano, haverá resistência à prática das empresas que fatiam os reajustes inflacionários, não aplicando-os na data base, em troca de abonos que enchem os olhos dos trabalhadores, mas que não recuperam o poder de compra dos salários e nem a sua valorização no mercado de trabalho. Os sindicalistas salientaram a necessidade de explicar à categoria as vantagens e desvantagens dessa escolha, pois os salários vem sendo achatados, garantindo que a decisão final seja tomada de forma consciente.
A Federação LiVRE reafirmou a importância da unidade entre os sindicatos e da mobilização das bases para enfrentar o cenário político e econômico atual, defendendo melhores condições de trabalho, combatendo a precarização dos terceirizados que são os prestadores de serviços das grandes teles e acompanhando de perto o avanço da inteligência artificial no setor para que ela não signifique perda de direitos ou de empregos, mas a garantia dos postos de trabalho e a qualificação profissional.