Desafios
A diretoria recém-empossada do Sinttel-ES reuniu-se nesta quinta-feira (7/11), na sala de reuniões do Sindiupes, no centro de Vitória, para discutir e avaliar as negociações coletivas neste ano.
Pela manhã, a diretoria assistiu a um vídeo documentário sobre os tempos sombrios da Ditadura, focado nas prisões, torturas e perseguições sofridas pelos membros da Igreja Católica e os estudantes. O objetivo é dar formação histórica e política aos novos diretores e diretoras, que também conheceram o site e as redes sociais do Sindicato.
O presidente da Federação LiVRE, Luiz Antônio Silva, por videoconferência, fez um regaste das transformações sofridas pelo setor, após as privatizações e o papel de representação dos sindicatos.
Segundo Luiz, a terceirização, a diversificação do setor – com a entrada da Telefonia Celular, Internet, da Fibra ótica, 5G e agora com a Inteligência Artificial – obrigou os sindicatos a atuar nas prestadoras de serviço em rede, nas provedoras de internet e no teleatendimento, além das operadoras. “As mudanças trouxeram a precarização nas relações de trabalho e aumentou a responsabilidade de representação e atuação dos sindicatos”, destacou.
A Federação LiVRE foi criada no de 2018 para representar os/as trabalhadores/as em Telecom nos estados AM, CE, ES, PE, RJ, RN e RO. Teve uma atuação importante, durante a pandemia garantindo que as mudanças feitas na legislação trabalhista, como a suspensão do contrato de trabalho, ampliação de jornada e a instalação do teletrabalho não diminuíssem a renda, ou retirassem direitos dos trabalhadores.
Luiz também lembrou que a categoria vivenciou tudo isso ao mesmo tempo em que a reforma trabalhista de 2017 reduziu direitos, desobrigou as homologações nos sindicatos, permitiu a negociação individual do banco de horas entre outras medidas prejudiciais aos trabalhadores e o fim do imposto sindical, numa estratégia para sufocar financeiramente as entidades sindicais.
“Pela primeira vez, na negociação salarial deste ano com as operadoras Tim, Claro, Vivo, Oi, Algar, V.tal não houve reposição da inflação (3,71%) na data base, em 1º de setembro. As empresas operadoras estão muito bem, obrigado!”, disse Luiz Antônio, se referindo à estratégia adotada pelas grandes empresas em jogar para 2025 o reajuste salarial, oferecendo abonos indenizatórios que não valorizam os salários e tem reflexos negativos no 13º salário, no FGTS, no PPR, no adicional de férias e na média salarial de quem vai se aposentar.
O presidente da LiVRE disse não entender essa estratégia, pois as empresas estão lucrando como nunca; tanto que isso será visto no pagamento do PPR que deve ultrapassar o topo do target (prêmio) em todas elas.
Ele encerrou descrevendo o quadro caótico de endividamento da Oi e as administrações que levaram a operadora a ter uma dívida inimaginável de R$ 67 bilhões e um abismo para os trabalhadores.